Observações de Pentecostalismo por um Ex-Pentecostal

De uma correspondência sobre o Pentecostalismo vieram a tona estas observações.
ewokxpenteca
1) O que o irmão citou sobre o Pentecostalismo realmente não é tudo, porque o que acontece lá dentro é muito, muito pior: eu estive mais de trinta (30) anos dentro daquele movimento e vi quase tudo o que ocorre lá dentro… é de arrepiar!
Hoje, depois que o bom Deus abriu os meus olhos, vejo o quanto eu estava enganado. Sair do Pentecostalismo, para mim, foi uma das maiores bênçãos da minha vida: nesses anos todos em que estive lá dentro a única coisa boa que posso falar de lá é que há forte motivação e entusiasmo para fazer as coisas. Os pentecostais são muito dedicados, mas, diga-se de passagem, os Mórmons, Testemunhas de Jeová e Maometanos também o são.
Muitos dos pentecostais também são muito sinceros e realmente querem agradar a Deus, mas estão cegos. Têm um zelo sem entendimento (Romanos 10:2).
2) Eu comecei a conhecer o Evangelho numa igreja pentecostal. Eles NÃO DAVAM ênfase na leitura da Bíblia, mas eu queria conhecer a Palavra de Deus.
Fui ensinado que os demais crentes evangélicos não tinham o Espírito Santo.
Também fui ensinado que os pastores são ungidos de Deus, quase infalíveis: ninguém podia julgar o que diziam e ai daquele que tocasse o “ungido de Deus”… seria amaldiçoado!
Aliás, amaldiçoar as pessoas que discordam deles é uma prática comum no meio pentecostal e eu mesmo fui “vítima” dessa “maldição” algumas vezes: os dois líderes que mais considerava me “amaldiçoaram”.
3) Línguas estranhas… foi aqui onde tudo começou.
O movimento pentecostal começou com a chamada “segunda bênção”, que tinha como sinal ou evidência o “falar em línguas”: todos ali são quase que obrigados a falar em “línguas”.
Durante todo esse tempo que ali estive, eu nunca ouvi uma língua estrangeira ou um dialeto: o que ouvia eram algaravias, sons incompreensíveis que não diziam nada e que cada um interpreta como quer.
As “profecias” eram sempre em torno que coisa óbvias ou coisas que ninguém podia provar… e até bobagens, como “profecias” sobre a vida dos outros, relacionamentos, vestimentas, etc.
As “revelações” nunca podiam ser comprovadas: se era sobre alguma enfermidade, geralmente nem a própria pessoa tinha conhecimento da enfermidade. Assim por diante.
4) Mais tarde alguns setores do movimento pentecostal não enfatizavam mais tanto a necessidade de falar em “línguas”, porém o ensino sobre uma “segunda benção” – uma experiência após a conversão – continuou sendo divulgado.
Essa “segunda benção” não é de graça ou por graça e você tem que “pagar o preço”: oração, jejuns, santificação, busca, busca e mais busca… e, mesmo assim, nem todos a recebiam.
Eu ficava desesperado: achava que não era crente, pensava que Deus não me amava…
Após anos de angustiante luta pela “benção” que nunca vinha, fui ensinado a tentar emitir alguns sons com a boca. Qualquer coisa servia – glo-glo-glo-glo... umama-umama-umama... alabas-alabas-alabas... ripalá...balalá... etc. – e, de repente, você está “falando em outras línguas”! Quando não lhe vem nada a mente é só ficar observando como os outros falam e os imitar.
Quem está fora do movimento vê o absurdo, mas quem está lá dentro acha aquilo normal.
Fui ensinado a não pensar mas apenas sentir: se alguém não consegue ‘falar em línguas’ é porque tal pessoa é muito racional.
“Não pense!”, diziam, “apenas flua, deixe o espírito fluir”.
É verdade que há também os que “fluíram” a coisa sem muito esforço, mas a maioria pena para consegui-lo.
5) Depois que se “aprende” a balbuciar as algaravias, você fica dependente delas e não consegue mais orar sem que aquela coisa lhe encha a mente… é maligno!
Todos que “oram em línguas” (algaravias) precisam de libertação: precisam desaprender aquilo que aprenderam.
As algaravias atrapalham você de orar, porque a oração deve ser pensada e quando você pronuncia as tais algaravias não precisa pensar em nada, ou pior pode pensar em qualquer coisa, menos no que está falando. É ridículo!
6) Quando, numa reunião, todos começam a dançar e falar algaravias, uma “alegria” geral toma conta do ambiente e vira uma “farra”: um solta gargalhadas, outro cai ao chão, outro pula, treme, etc…
Claro que isso não acontece em todas as reuniões, mas acontece demais por lá. Os pentecostais são ávidos por “novidades” e não pelas “antigas veredas” (Jeremias 6:16).
7) Espiritualidade, de fato, nunca vi ali dentro.
Vi, isso sim, muita carnalidade: as pessoas “falavam línguas”, mas mentiam, roubavam, adulteravam, brigavam, agiam com brutalidade, faziam negócios escusos, enganavam os irmãos, eram insensíveis, deselegantes, etc.
Isso tudo eu vi e não uma só vez, mais muitas vezes. Eu poderia falar indefinidamente, por horas, de modo que o tal “enchimento” do Espírito não adiantava nada.
8) O que fez sair de lá?
Primeiro… é Deus quem nos abre os olhos! É exatamente como na conversão ou como para alguém sair de uma seita. Só Deus.
Mas, por outro lado, vários fatores me motivaram a sair daquele movimento: eu via que, embora nos dissessem que conosco acontecia exatamente igual como no primeiro século da Igreja, nunca vi nem as línguas nem os sinais apostólicos nem as maravilhas que aconteceram no primeiro século!
Em mais de 30 anos nunca vi algo que realmente me reportasse aos tempos apostólicos… nunca! Nada!
A falsificação é bem ruim e havia uma preocupação dos pastores com o “falso”, isto é, crê-se que muito do que acontece no meio pentecostal é falso, mas que existe o verdadeiro.
Porém, enquanto se está atrás do suposto “verdadeiro”, todos acabam envolvendo-se com o falso!
9) Eu via que na Bíblia era muito diferent e ficava deprimido por não ver acontecendo aquilo em nosso meio, pois – claro, nem podia ser diferente – a época dos milagres apostólicos já passou. Os apóstolos passaram. Os sinais dados por Deus para autenticar a mensagem apostólica também ficaram no passado.
Demorei para entender isso, mas entendi a tempo.
Li muitos livros antigos, dos homens sérios do passado e então vi que algo estava errado: ou com eles… ou conosco.
10) Eu aprendi a observar a história da Igreja e temos muito a aprender com a história: a Igreja de Cristo existiu na terra por 1900 anos sem o movimento pentecostal.
Irmãos e irmãs, enfrentaram Roma, os Césares, os Papas; encararam as feras, as arenas, as fogueiras; escreveram livros que nos abençoam até hoje.. e tudo isso fizeram “sem o Espírito”???
Será que aqueles irmãos não foram cheios do Espírito???
Segundo os pentecostais, só eles têm o Espírito e essa bênção foi “descoberta” só pelo final do século XIX e século XX… teria Deus deixado Sua Igreja na terra por 19 séculos sem uma bênção tão especial e necessária???
E se aqueles irmãos do passado não tinham essa bênção, como conseguiram enfrentar o que enfrentaram? Vencer e trazer a chama do Evangelho até nossa geração?
E mais, se eles não receberam o Espírito Santo porque não buscaram? Será, então, que eles cometeram um grande erro?
O fato é que eles foram muito diferentes dos crentes das últimas gerações e então ou eles erraram lá ou nós erramos cá, pois os dois grupos não podem estar certo: um dos dois está errado!
Eu prefiro crer que os irmãos (remanescentes) daqueles 19 séculos estavam certos… e os pentecostais estão errados.
11) Há alguns anos fizemos um estudo sobre os efeitos do movimento pentecostal sobre a Igreja, seus principais expoentes, e vimos que esse movimento dividiu, criou inimizades, e seus principais lideres se envolveram com falsos ensinos, heresias, escândalos morais, crimes, etc.
Por esse estudo eu vi onde desembocou esse movimento: toda heresia, toda irreverência, toda adulteração nos cultos, todo mundanismo dentro das igrejas, todo comércio vergonhoso do evangelho que vemos hoje… tudo isso teve sua origem no movimento pentecostal!
Se não tudo, pelo menos 99% e disso estou certo!
Outra coisa que chamou-me a atenção foi que todos os livros profundos sobre teologia, comentários bíblicos, etc, foram escritos por não-pentecostais, pois dos escritores e teólogos pentecostais só li coisas superficiais e de pouca utilidade.
12) A experiência (negativa) também ajudou bastante em minha decisão de abandonar o pentecostalismo: eu havia sido ensinado a não aceitar nenhuma doença, contudo tenho enxaqueca e nunca fui curado.
Deus tem orientado o tratamento e hoje estou muito melhor.
Deus me ensinou que ninguém tem o dom de curar hoje: Ele cura, quando assim deseja, mas se não, Ele irá sustentar nossa vida com Sua graça… e esse é o melhor para nós.
Contudo, vi pessoas declarando que estavam saudáveis, confessando que não estavam doentes, que não aceitavam nem mesmo o diagnóstico médico… e as vi morrerem doentes e “brigando” com Deus, revoltadas com Ele.
Minha esposa é médica e me conta que atende inúmeras pessoas evangélicas, principalmente das igrejas pentecostais, que estão doentes, deprimidas, agitadas, perturbadas emocionalmente, desequilibradas… muitas dessas pessoas são líderes em suas igrejas – pastores, presbíteros, líderes de célula, líderes coral, integrantes de bandas, etc. – e hoje eu sei que o pentecostalismo faz muito mal à saúde das pessoas.
13) Se você falar com um pentecostal, talvez ele aceite que existe muita coisa falsa por lá – línguas falsas, curas falsas, revelações falsas – mas ele continua crendo que existe o verdadeiro.
Agora, eu nunca vi nada ali que fosse digno de ser testemunhado e, de fato, tenho é muita vergonha do meu tempo no pentecostalismo… porém não posso deixar de crer que o Deus Soberano usa todas as coisa para nos ensinar.
14) Outra observação que me fez aborrecer o pentecostalismo foi quando comprovei que não éramos os únicos que “falávamos em línguas” (algaravias), mas que isso era também “privilégio” dos Católicos Carismáticos, adoradores da “Virgem Maria” – ou melhor, da Deusa-Mãe – e também dos Espíritas – invocadores de estranhas entidades – e também dos Mórmons – que seguem o falso profeta Joseph Smith e seu “anjo” Moroni – e que até os Hindus e Maometanos “falam línguas” (algaravias)!
Quando vi que os pentecostais estavam na mesma categoria dessas seitas, isso me enjoou.
E não apenas todos os relacionados acima manifestam as “algaravias”, mas também fazem “curas e milagres” muito parecidos com os curandeiros pentecostais.
15) O crescimento espantoso do movimento pentecostal também me “encucou”: o Senhor Jesus disse que a porta é estreita e o caminho apertado e são poucos os que acertam-nos, logo… multidões não poderiam entrar por uma porta estreita, mas sim pela larga!
Elas não andam no caminho restrito e sim no espaçoso e liberal.
Quando os pentecostais proclamam que estamos vivendo um grande avivamento, caem num ridículo pois nunca tivemos uma geração de crentes tão “incrédulos”, tão desobedientes, tão mundanos e tão imorais!
Políticos evangélicos são corruptos, cantores gospel são verdadeiros mercadores, pastores, ou bispos, bispas, apóstolos e apóstolas são “trambiqueiros”… nunca se barateou tanto a mensagem do evangelho, nunca se vulgarizou tanto a mensagem da cruz do Calvário, nunca as coisas estiveram tão vergonhosas!!!
Avivamento? Onde?
O que vemos, isto sim, é um reavivamento do paganismo, do espiritualismo, do misticismo, da fé metafísica. Mas não um avivamento da Igreja de Cristo.
Ainda não.
16) Quem está fora do pentecostalismo percebe que eles dão ênfase ao Espírito Santo em detrimento de Jesus Cristo, mas o que ocorre é bem pior que isso: nem mesmo o Espírito Santo recebe qualquer honra ali.
Quando eles enfatizam o Espírito Santo é só por causa do Seu poder: tudo o que querem é o poder do Espírito para fazerem maravilhas!
Então, de fato, nem mesmo é a Pessoa do Espírito que enfatizam, mas o poder dele, porém não querem o poder do Espírito para serem bons esposos, bons pais, bons cidadãos, bons políticos, bons ministros de Cristo… mas apenas ser “poderosos” para serem adorados como pequenos deuses!
É só por isso que falam muito no Espírito Santo.
17) Li sobre os “antídotos” sugeridos para resguardar as igrejas sadias (batistas) do veneno do pentecostalismo.
Achei-os bons, mas temos que ser absolutamente radicais e não podemos ceder: se abrirmos um milímetro que seja… o mal entra e, aí, não há limites.
Vejo que muitos batistas e outros crentes históricos pensam que a coisa não é tão grave, mas posso dizer: é muito pior do que se pode imaginar!
Por isso precisamos nos humilhar debaixo das mãos de Deus e lhe pedir misericórdia.